domingo, 2 de janeiro de 2011

Nova classe média dita mudança no perfil do consumo em 2010


O ano de 2010 ficou marcado pela consolidação da nova classe média brasileira, que se formou a partir da camada mais pobre da população, que passou a ter mais renda e também acesso ao crédito. Com isso, o mercado ganhou 30 milhões de pessoas nos últimos cinco anos dispostas a consumir tudo aquilo que antes era restrito aos mais ricos.

Casa própria, carro na garagem, TV na sala e turismo passaram a financiar o sonho desses brasileiros. Parcelas em até 30 anos para a casa, 60 meses para o carro, 24 para a TV e 36 para viajar de avião. Essa foi a fórmula que as grandes redes do varejo tiveram para conquistar esse novo consumidor.

Com isso, toda a economia passou por uma grande transformação, com aquecimento da indústria de eletrônicos, construção civil e automotora. Recordes sucessivos nos financiamentos de carros e da casa própria começaram a se tornar rotineiros, o que acabou ascendendo a luz vermelha da inflação para o governo.

O fim do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para veículos no começo de 2010 foi o primeiro sinal. Mesmo assim, as montadoras seguraram os preços e passaram a subsidiar as taxas de juros, para manter o mesmo patamar de vendas. Funcionou. O ano fecha com recorde histórico de mais de 3 milhões de carros vendidos, o que significa que quase a metade da população brasileira é motorizada.

O segundo sinal de aquecimento do consumo foi o aumento na taxa básica de juros, a Selic, que voltou a subir em abril, ao passar de 8,75% para 9,5% ao ano. Não funcionou. Restou ao Copom (Comitê de Política Econômica do Banco Central) fazer um novo aperto em junho, elevando a taxa para 10,25% e, depois, em julho, para 10,75% ao ano, o que se manteve até a última reunião, na despedida de Henrique Meirelles do cargo.
Antes da saída, porém, Meirelles coordenou a retirada de R$ 61 bilhões do mercado, o que deve refletir no começo de 2011, quando os bancos passarão a cobrar mais caro para emprestar dinheiro à população.

Na outra ponta, os empregos com carteira assinada cresceram como nunca, apesar da redução dos salários e da alta rotatividade do mercado. O poder de compra do trabalhador no Brasil cresceu, apesar da recessão dos Estados Unidos e das crises econômicas na Europa.

Sonho realizado, a classe média deu sequência ao governo Lula, por intermédio da presidente eleita Dilma Rousseff. Resta agora saber quais serão os efeitos dessas novas medidas no início de 2011. A previsão, segundo analistas, é de que o financiamento diminua, as taxas cobradas pelos bancos aumente e o país cresça menos.

Para o brasileiro, faltou saber como o seu bolso irá reagir diante de tantas mudanças previstas pelo novo governo. Afinal, pior do que não concretizar o sonho, é ter de amargar a retirada de todos os estímulos ao consumo que lhe foram concedidos nos últimos anos.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Concurso da Uefs oferece 50 vagas para professor


A Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) receberá inscrição até o dia 26 de janeiro dos interessados em participar do concurso público de provas e títulos para professor auxiliar, assistente e adjunto da instituição. Estão sendo oferecidas 50 vagas distribuídas em diversas áreas para cargos permanentes do quadro de pessoal da universidade. A inscrição deve ser feita até as 12h do dia 26 de janeiro somente pela internet.

A novidade deste concurso é a oferta de vagas para os novos cursos que serão oferecidos pela Uefs ainda no primeiro semestre de 2011. Tratam-se das graduações em Licenciatura em Química, Licenciatura e Bacharelado em Filosofia e Licenciatura em Música.

Os documentos podem ser enviados via sedex ou entregues pessoalmente ou por procurador até 24 horas após o término do prazo de inscrição. A entrega deve ser feita na Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Uefs, localizada no prédio da Administração Central, Avenida Transnordestina, S/N, Novo Horizonte, CEP 44.036-900, Feira de Santana, Bahia.

Mais informações sobre a seleção, inclusive sobre a documentação exigida, podem ser obtidas por meio do edital do concurso, de leitura imprescindível, disponível no portal da Uefs, seção Editais.

Quatro apostas levam prêmio milionário da Mega-Sena da Virada


Quatro apostas acertaram as seis dezenas da Mega-Sena da Virada, sorteada na noite deste sábado (31). A Caixa Econômica Federal informou que os novos milionários são de Cariacica, no Espírito Santo, de Belo Horizonte, em Minas Gerais, de Fazenda Rio Grande, no Paraná, e Pinhais, também no Paraná.Cada um vai receber o valor de R$ 48.598. 800,01.

Os números sorteados são: 02 - 10 - 34 - 37 - 43 - 50

A quina teve 1.561 acertadores. Cada um ficará com um prêmio de R$ 17.722,09. A quadra saiu para 94.921 acertadores, e o prêmio será de R$ 416,34.

Em 2009, quando o primeiro sorteio da Mega-Sena da Virada foi realizado, dois acertadores, um do interior de São Paulo e outro de Brasília, dividiram o prêmio de R$ 144,9 milhões.

Primeira presidente do Brasil toma posse neste sábado


Os brasileiros assistirão neste sábado (1º) à posse da primeira mulher eleita presidente do Brasil, Dilma Rousseff. A programação começa às 14h na frente da Catedral de Brasília e deve ser acompanhada por milhares de pessoas nas ruas, na Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Três Poderes, e por milhões de pessoas pela televisão e internet.

Para tudo dar certo durante a cerimônia, dois ensaios foram feitos em dezembro, simulando cada etapa da posse.

O primeiro ato da cerimônia de posse é o desfile em carro aberto pela Esplanada dos Ministérios. Se não estiver chovendo, Dilma Rousseff embarcará no Rolls Royce presidencial na frente da Catedral de Brasília às 14h15. O vice-presidente, Michel Temer, e sua mulher, Marcela Temer, desfilarão em um carro logo atrás. O destino dos dois será o Congresso Nacional, onde Dilma e Temer assinarão o termo de posse. Se chover, o carro será fechado e o trajeto, alterado.

Nesta sexta-feira (31), Dilma Rousseff decidiu que fará o percurso pela Esplanada dos Ministérios ao lado da filha Paula. A mãe, Dilma Jane, e outros familiares, devem acompanhar a posse dentro do Congresso Nacional, na Tribuna de Honra do Plenário da Câmara.

O trajeto até o Congresso Nacional está previsto para durar cerca de dez minutos. Às 14h25, Dilma Rousseff e Michel Temer serão recebidos na rampa de mármore do Congresso pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) e pelo presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS).

De lá, o grupo segue para o plenário da Câmara dos Deputados, onde Dilma e Temer assinarão o termo de posse. Antes disso, farão o juramento de “manter, defender e cumprir a Constituição Federal, observar leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil”.

Após a assinatura do termo de posse, Dilma e Temer acompanharão a execução do Hino Nacional pela banda de Fuzileiros Navais, ainda no Plenário do Congresso. Dilma fará, então, o primeiro discurso como presidente, com duração prevista de 45 minutos.

A primeira fala de Dilma como presidente empossada será acompanhada pelos políticos no plenário. Foram convidados para esta etapa chefes de Estado ou de governo dos países que têm relação diplomática com o Brasil, atuais ministros, ministros do novo governo, governadores, presidentes dos Tribunais Superiores, senadores e deputados. Após o discurso, o presidente do Congresso José Sarney falará rapidamente e dará a sessão como encerrada.


Ao deixar o plenário, a presidente e o vice serão conduzidos para o lado de fora do Congresso, onde mais uma vez ouvem a execução do Hino Nacional, desta vez finalizado com salva de 21 tiros de canhão. Dilma passa então a tropa em revista, despede-se dos presidentes do Senado e da Câmara e embarca, desta vez ao lado de Michel Temer, no Rolls Royce presidencial em direção ao Palácio do Planalto.

Entrega da faixa


No Planalto, Dilma e Temer serão recebidos, no alto da rampa, às 16h30, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela primeira-dama Marisa Letícia. O vice José Alencar e sua mulher também estariam presentes, mas o vice de Lula, que luta contra um câncer há 13 anos, continua internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

No parlatório, que é voltado para a Praça dos Três Poderes, Lula transmitirá a faixa presidencial para Dilma. Já com a faixa, a presidente entrará no Palácio do Planalto, onde receberá os cumprimentos dos chefes de Estado e autoridades, no salão Leste. Às 17h, voltará ao parlatório, de onde fará o primeiro discurso à população.

Em seguida, de volta ao interior do prédio, Dilma empossará seus 37 ministros. Terminada mais esta etapa, a presidente eleita irá para o Itamaraty, onde, a partir das 18h30, participará de um coquetel para autoridades e missões estrangeiras.

Foram confirmadas as presenças de 24 chefes de Estado e governo, entre eles a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Pintor pedala 1,2 mil quilômetros para ver posse de Dilma Rousseff

O pintor Marcos Soares Fernandes, 46 anos, conhecido como Tunai, pedalou mais de 1,2 mil quilômetros, durante 13 dias, para ver a posse da presidente eleita, Dilma Rousseff, neste sábado (1º). Ele saiu de Mongaguá (SP) no dia 17 de dezembro e chegou a Brasília às 15h desta sexta-feira (31).

O cilcista só não ficou sobre as duas rodas na subida da Serra do Mar. "A serra eu encarei de ônibus. Coloquei a bicicleta no bagageiro e fui até o Terminal Rodoviário de Jabaquara, em São Paulo. Demorei quase uma noite inteira só para conseguir sair da cidade", disse Fernandes. Na bagagem, ele levou uma mochila, uma calça de proteção, bandeiras do Brasil, de Lula e da DIlma.

Ele afirmou ainda que passou as noites da viagem em postos de combustíveis. "As pessoas me ajudaram bastante. Tive apoio dos frentistas, que deixavam eu pernoitar para descansar. Agradeço aos borracheiros, que me ajudaram a consertar nove pneus furados durante o trajeto", disse o pintor.

Veterano de posses presidenciais, Fernandes disse que bateu o recorde de tempo para completar a viagem. "Em 2002, fiz o percurso em 17 dias. Na posse da reeleição de Lula, em 2006, terminei em 15 dias. Hoje [sexta-feira], conclui o trajeto depois de pedalar por 13 dias. Já conheço alguns atalhos para chegar aqui."

Fernandes contou que muitas pessoas que conheceu nas estradas ofereciam ajuda de todo tipo. "As pessoas me apoiavam, me ofereciam ajuda, até mesmo carona, mas não aceitei porque tinha um compromisso com minha palavra."

O pintor disse que pretende deixar uma carta para Dilma. "É um projeto de ciclovia em âmbito nacional. Uma ciclovia no país todo. É mais seguro, ecológico e rápido. É preciso fazer postos de apoio ao ciclistas nas ciclovias que ofereçam suporte de alimentação, banho, segurança e atendimento médico."

Supremo contraria ministro e decisão sobre liberdade de Battisti pode ficar para fevereiro


A decisão final sobre a liberdade do italiano Cesare Battisti, que teve sua extradição negada nesta sexta-feira (31), deve ficar nas mãos do ministro Gilmar Mendes e, caso ele leve ao plenário do STF (Supremo Tribunal Federal), ser adiada para fevereiro, segundo a assessoria da Corte. Mais cedo, o ministro do Supremo Marco Aurélio Mello afirmou que o ativista poderia ser solto ainda hoje.

A liberdade de Battisti ainda hoje é improvável pelo fato de que a decisão do presidente Lula não chegará ao STF antes de segunda-feira (3), data em que o protocolo do tribunal será reaberto (desde quinta-feira não há expediente no Supremo).

No STF, o ministro de plantão e presidente do tribunal, Cezar Peluso, vai encaminhar a decisão de Lula ao ministro relator do processo no STF, Gilmar Mendes, que, por sua vez, deverá delegar a palavra final ao plenário. O Supremo, no entanto, está em recesso e só volta a se reunir em fevereiro.

Nesta manhã, em entrevista ao R7, o ministro do STF, Marco Aurélio Mello, defendeu a soltura imediata de Battisti. Ele explicou que o objetivo da prisão preventiva era garantir a entrega do ativista à Itália caso o presidente Lula decidisse negar lhe asilo político.

- Tarda a soltura deste homem que já está preso há mais de três anos para nada. [...] Eu acho que tem que expedir imediatamente o alvará de soltura para ele inclusive romper 2011 solto.

Para sair do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília – onde está preso desde 2007 aguardando o julgamento de seu processo de extradição -, Battisti terá de obter um alvará de soltura, que só poderá ser expedido pelo STF, pois foi essa mesma corte quem determinou sua prisão.

O relator, Gilmar Mendes, poderá tomar uma decisão monocrática – ou seja, decidir sozinho – sobre o destino de Battisti. Porém, uma vez que foi o plenário do tribunal que decidiu deixar a palavra final nas mãos de Lula, é de praxe que a questão volte a ser analisada por todos os ministros e não apenas um.

Caso o processo vá a plenário, os ministros vão discutir se os argumentos utilizados pelo presidente Lula para conceder asilo a Battisti estão de acordo com o tratado de extradição celebrado entre Itália e Brasil, em 1989.

No julgamento de novembro de 2009, Gilmar Mendes votou a favor da extradição de do italiano alegando que seus crimes não foram políticos, mas comuns.

Lula decide conceder asilo político a Battisti



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu nesta sexta-feira (31), último dia do seu mandato, conceder asilo político ao ex-ativista italiano Cesare Battisti. A decisão foi anunciada pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e está de acordo com o parecer da AGU (Advocacia-Geral da União).

Segundo o parecer da AGU, Cesare Battisti deve ser mantido no país baseado na Constituição brasileira, nas convenções internacionais sobre direitos humanos e no tratado de extradição entre o Brasil e a Itália.

De acordo com nota divulgada à imprensa, o parecer da AGU considerou atentamente todas as cláusulas do Tratado de Extradição entre o Brasil e a Itália, ‘em particular a disposição expressa no artigo 3 do Tratado, que cita, entre as motivações para a não extradição, a condição pessoal do extraditando’, diz a nota.


Agora, caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF) expedir alvará de soltura do ex-ativista. É um ato formal de execução da decisão do presidente da República.

A decisão de hoje deve ser publicada amanhã no Diário Oficial da União. Depois, o Ministério da Justiça deverá pedir ao Supremo que liberte Battisti, preso desde 2007 à espera do julgamento do processo de extradição.

Prisão

Desde março de 2007, Battisti está preso preventivamente no Presídio da Papuda, em Brasília. O caso gerou polêmicas no Brasil e na Itália. Para especialistas, o processo de extradição envolvendo o ex-ativista está repleto de vícios jurídicos.

Ex-dirigente dos Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), grupo extremista que atuou na Itália nas décadas 60 e 70, Cesare Battisti, de 52 anos, é acusado de participação em uma série de crimes.

O ex-ativista foi condenado à prisão perpétua à revelia na Itália por quatro homicídios cometidos pelo PAC entre 1977 e 1979. Ele nega as acusações. Jamais cumpriu pena no país, deixando a Itália rumo à França e depois ao Brasil.

Reviravolta

A decisão sobre libertar Battisti e deixá-lo no Brasil, porém, pode sofrer nova reviravolta. O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cezar Peluso, já adiantou que a decisão pode ser revista em fevereiro, quando a Corte volta do recesso.

No ano passado, os ministros haviam aprovado a extradição, mas ressalvaram que a palavra final caberia a Lula. Agora, Peluso diz que os argumentos de Lula para a permanência podem ser novamente analisados.

O governo da Itália pode ainda contestar a decisão de Lula. Da primeira vez, os italianos contestaram o parecer do Ministério da Justiça, em janeiro de 2009, quando o titular da pasta, Tarso Genro, reconheceu o status de refugiado de Battisti.

Em novembro do ano passado, o STF determinou a ilegalidade do ato e autorizou a extradição, considerando que os crimes do italiano não foram políticos, mas comuns. Mas deixou a decisão final nas mãos de Lula.

Agora, num eventual processo, os advogados italianos poderiam argumentar que a decisão do presidente viola o tratado de extradição. A possibilidade de um novo capítulo desse caso já foi aventada pelos ministros do STF Gilmar Mendes e Peluso.